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Letícia Bergallo

HaiQuases

 

meu recomeço...
agora, sem tropeços,
me reconheço!

 

Beijo na boca.
Louca boca mouca.
Poucas promessas.

 

O sol desenha,
Pelas pequenas frestas.
Luzes em festa.

 

Sorri dormindo...
Conversei com os anjos.
Alguns, marmanjos.

 

FRIEZA

Aquele homem ?
Um boneco de neve,
feito de gelo...

Aquele gelo ?
Só um homem de neve,
Simples boneco.

Parece neve
Em forma de boneco.
Não é um homem.

 

A brisa leve
entra em meus ouvidos,
assoviando.

 

Seu Tempo

Seu tempo passou.
Escorreu entre dedos.
Como segredos...

 

CORAÇÕES QUE AMAM

Dores profundas
Voam para bem longe,
criando asas...

Viram pássaros,
Silenciosos monges,
ligeiras asas.

Bando de aves
procuram arcos-íris
Gritando "Salve"!

Graças em ação.
A morte não existe!
É transmutação!

Sorrisos brotam,
porque toda a gente
está contente.

Alegrias chegam,
voltam a sobrevoar.
Negam tristezas.

Puras proezas.
Peitos que sabem amar
sabem perdoar.

 

A bombástica
Sonda nasogástrica
sonda mas salva.

 

VIDA

O meu relógio,
que tem taquicardia,
Tiquetaqueia.

Fica tremendo
Quando aponta horas
Desapontadas...

No meu relógio
não existem segundos.
E nem terceiros.

Os seus ponteiros,
São facas afiadas.
Cortam tormentos.

No meu relógio
não existem terceiros,
Quartos ou quintos.

Nele, as horas
passeiam com a calma
que a alma quer.

E não tem pressa
Que faça apressar-se
O meu relógio.

Passa meu tempo...
Mas o seu também passa...
Estamos vivendo!

 

BEIJOS

Beijo molhado.
Beijo de um beija-flor
Na flor calada.

E amanheceu.
Flores foram beijadas
a noite toda.

E escureceu.
Flores se esqueceram
dos beijos todos.

Flores querem mais.
mais beijos tão molhados
quanto a chuva.

Gotas de chuva,
Voam, qual beija-flores,
Sobre as flores.

 

AO RIO DE JANEIRO

Violência.
corpos caídos no chão
pedem clemência.

Pede ajuda.
Rio, pede socorro!
Deus, nos acuda!

 

Passou um vento...
que levou umas folhas
e um tormento.

 

Muitas besteiras
são ditas e são feitas
como benditas...

 

Beijo-te

Sou um beija-flor.
Beijo aqui e ali.
Assim, sou feliz...

As minhas asas,
São rápidas como a luz
E te abraçam.

E os meus beijos
São leves como a brisa.
E te refrescam...

 

Não tenho nada.
Mas o que é meu, é meu!
Azar o seu!

 

Velhos amigos
Uns feios, uns bonitos.
Inteligentes.

Novas pessoas.
Umas más, outras boas.
Todas "crentes".

 

Tua Sabedoria

Pensas que sabes.
E, sabendo, não pensas.
Por fim, não sabes.

Tudo que sabes
Não passam de uns nadas.
Enormes nadas.

Alma pequena,
Sim, tenho pena de ti.
És um problema!

Vais, meu "amigo"
E não olhes para trás!
Deixes-me em paz!

Vais com cuidado...
Tem pulgas no asfalto
Para catares!

 

ONDE ?

Estrela, Sobe!
Vai, para o céu, brilhando!
Joga luz em mim!

Brilha, estrela,
Derramando beleza
Do alto do céu.

Passeia, na noite,
De um lado ao outro,
Traz o dia.

Fala comigo...
E me diz: onde está
a alegria ?

 

Adeus

Minha alegria
Tinha ido embora
Quase agora.

Muitas tristezas
Tinham me feito chorar
Sem esperanças.

Lágrima que cai
Quando parece chuva,
me fertiliza.

Já não choro mais.
Nada me martiriza.
Tristezas, adeus.

 

Pétalas

Cada pétala
de cada flor aberta
Acaricia...

Como os dedos
de cada mão alerta,
Fazem cafuné...

 

Pronomes Poéticos

É... os poetas
Escolhem as palavras.
E por que não eu ?

Poetas sentem
O que a gente sabe.
E por que não nós ?

Poetas sabem
O que a gente sente.
Por que não Ele ?

Poetas choram
O que a gente sofre.
E por que não tu ?

Poetas versam
O que a gente vive...
E por que não vós ?

Poetas choram
O que o mundo chora...
Por que não todos ???